Cultivo de Berinjela
História Os ancestrais da berinjela cresceram selvagens na Índia, e foram cultivados, primeiramente, na China 5 séculos antes de Cristo. A berinjela foi levada para a África antes da Idade Média e então para a Itália, no século 14, o país com que foi associada por muito tempo. Ela se espalhou por toda a Europa e Oriente Médio e, séculos mais tarde, foi trazido para o Hemisfério Ocidental pelos exploradores europeus. Hoje, a Itália, Turquia, Egito, China e Japão são os principais produtores de berinjela. Embora tenha uma longa e rica história, nem sempre teve lugar de destaque na cultura de alimentos, especialmente na cozinha européia. Como resultado do gosto excessivamente amargo das variedades originais. Durante séculos, após a sua introdução na Europa, a berinjela foi mais utilizada como uma planta de jardim decorativa do que como um alimento. Até que novas variedades foram desenvolvidas no século 18, perdendo o seu sabor amargo e se tomou estimada em muitos países, incluindo Itália, Grécia, Turquia e França. Características As beringelas são vegetais perenes de vida curta, é herbácea e suas hastes necessita de sustentação, podendo ser cultivadas como anuais, ou até um segundo ano, com adequado cuidado e podada, com a desvantagem de que a produção é reduzida e a qualidade dos frutos é menor. Existem variedades de crescimento determinado, a qual manejamos com 2–4 hastes e variedades de crescimento indeterminado que pode chegar até a 2-3 metros de altura. Para cultivo em estufa as melhores são de crescimento determinado. As variedades diferem principalmente no tamanho, forma e cor dos frutos. Seu clima de cultivo é tropicais e subtropicais. É uma cultura de climas quentes e secos, e é considerada muito exigente de calor. Ela resiste a altas temperaturas, onde há umidade é adequada, chegando a tolerar 40-45 ° C. A temperatura média deve estar entre 23-25 ° C. temperaturas críticas da beringela em diferentes fases de desenvolvimento Temperatura (° C) OTIMA MÍNIMA MÁXIMA germinação 20-25 15 35 crescimento vegetativo 20-27 13-15 40-45 Floração e frutificação 20-30 Tem sistema radicular muito poderoso e profundo, as folhas tem longo pecíolo, com espinhos e cobertos com um veludo acinzentados, às vezes causando alergias. As folhas são inseridas alternadamente no caule. Sua flor: tem pétalas, sépalas e estames entre 6 e 9. As pétalas são de cor púrpura. Tanto o tronco e o cálice têm espinhos abundantes, mas já temos variedades semespinhos. Os estames têm desenvolvidas anteras amarelas que estão abaixo do estigma, dificultando a fecundação direta. O cálice permanece após a fertilização e cresce com a fruta, envolvendo sua parte inferior, o que pode levar a ataques de podridão cinzenta ( Botrytis cinerea ), quando a umidade relativa é alta, porque as pétalas estão presas entre a cálice e frutas. Na maioria das variedades florescem conjuntos de três a cinco flores, uma das quais é hermafrodita, curta e o pedúnculo contínua a partir do tronco para a taça, este resulta em uma fruta comercial, enquanto o resto das flores abortam ou dão origem a uma fruta de má qualidade. A fertilização é por auto-polinização, mas também pode haver cruzamento com flores de outras plantas e até mesmo da mesma planta, a umidade em excesso prejudica a deiscência do pólen, pode ocorrer abortamento resultado da falta de fecundação.. A fruta é uma baga alongada ou globular, preto, roxo, branco, manchado branco roxo ou verde. Tem pequenas sementes 1 grama de sementes contém entre 250 e 300 unidades. Na Estufa A berinjela é uma das espécies mais rústicas entre as hortaliças pertencentes à família Solanacea. Mesmos assim, é suscetível a algumas doenças que podem causar perdas consideráveis ou comprometer a qualidade do produto, dependendo da cultivar, da época de cultivo e das condições ambientais prevalecentes no local do plantio. A sua produção em estufa em sistemas hidropônicos, vasos, tornam o controle mais fácil e com a fertirrigação elevada produtividade. Retirando a planta do solo resolvemos muitas das doenças e pragas que envolvem o cultivo. Para cultivo em hidroponia usamos canais de cultivo de 150mm com espaçamento de 50 cm entre plantas, com sustentação por fitilhos. Entre canais espaçamento de 1 metro. Para cultivo em vasos recomendo vasos de 11 a 15 litros, com substrato a base de casca de arroz carbonizado, fibra de coco, turfa, entre outros, quanto mais inerte o substrato mais eficiente a fertirrigação. Respeitando o mesmo espaçamento. Variedades São muitas cores, formatos, tamanhos, brilho de frutos e resistência a doenças e diferem entre si em produtividade. Os híbridos são mais plantados, devido principalmente ao alto vigor, maior produtividade, uniformidade das plantas e frutos e maior adaptação a diferentes condições climáticas. No mercado brasileiros a preferencia é por frutos de formato mais alongado, de coloração roxo-escura e brilhante. Mas começou a diversificar-se nos últimos anos e hoje há demanda por frutos de diferentes formatos, tamanho e coloração, sendo plantadas em pequena escala, normalmente em estufas, como a berinjela japonesa, fruto alongado e fino, também chamada de asiática e pode ser encontrada nas cores roxa e verde. As cultivares de frutos arredondados, conhecidas como berinjelas do tipo italiana, possuem casca de coloração púrpura ou rosa em degradê (rajada), polpa adocicada e quase sem sementes. Encontramos ainda frutos denominados babies e mini, colhidos precocemente e usados principalmente em conservas. As berinjelas de coloração branca e formato ovalado são ainda raras no mercado brasileiro. Produção Tenho recomendado a produção de mudas na propriedade. A aquisição de mudas na maioria das vezes traz doenças e insetos. O transplante se da quando a muda esta com 4-5 folhas, por volta de 30 dias do plantio. Mesmo quem vá produzir em sistemas hidropônicos a recomendação é a produção em bandejas. Após o transplante seguem os tratos culturais, tutoramento para evitar o tombamento, a utilização de fitilhos é a melhor solução, amarrar as hastes à medida que elas forem crescendo. Fazer a retirada dos brotos que surgirem abaixo da primeira bifurcação e os demais à medida que forem surgindo, controlando o numero de hastes e folhas equilibrando a planta. Retirando dos cachos os frutos de baixo peso e deformados. A colheita inicia entre 90 a 100 dias da semeadura, dependendo da variedade ou de 10 a 40 dias após a floração, dependendo do tamanho que desejamos colher, prolongando-se por três meses ou mais, com uma ou duas colheitas semanais. O ponto de colheita é determinado pelas características visuais da variedade e depende do tipo de fruto e coloração da cultivar(roxo, zebrado, branca). Os frutos devem apresentar coloração brilhante, polpa macia e firme e sementes ainda tenras, sem completar seu ciclo de maturação. A produção media varia conforme a variedade , por exemplo a variedade CIÇA produz uma média de 5kg por planta e tem custo de produção bem baixo, sem considerar as sementes, fica em torno de R$ 0,68 por kg para cultivo em vasos. Na comercialização temos variedades gourmet sendo vendidas a R$ 8,00 o kg. A variedade CIÇA preço médio na GEAGESP em janeiro/2017 foi de R$ 1,78 kg. Nutrição Para a fertirrigação temos duas fases uma inicial ate inicio da produção e outra a partir. Para a fase inicial o ideal que a condutividade utilizada na fertirrigação não passe de 1,6 mS é uma sugestão de formulação seria: 800g de nitrato de cálcio, 600g de nitrato de potássio, 150g de MAP, 400g de sulfato de magnésio, 30g de oligoferro 6% e um coquetel de micros (10g de CommicrosLight) para 1000 litros de água. Para a fase produtiva a condutividade não deve ultrapassar 2,2mS e a formulação muda para: 1000g de nitrato de cálcio, 1200g de nitrato de potássio, 150g de MAP, 400g de sulfato de magnésio, 30g de oligoferro 6% e um coquetel de micros (10g de CommicrosLight) para 1000 litros de água. O consumo de água por planta/fase de cultivo pode chegar até 6 litros m2 de estufa na fase produtiva. Controle fitossanitário A berinjela é uma planta muito rústica, e para cultivo em estufa os problemas de doenças estão associados a umidade elevada. Por ser uma planta que suporta temperaturas mais altas (até 45C) e umidade na faixa de 55 a 60%, o arejamento da planta, com a remoção de folha e retirada de brotações, e o melhor manejo. Em estufa com temperaturas mais altas a umidade cai naturalmente resolvendo os principais problemas de manejo. No tocante a praga, o Acaro Rajado, a mosca branca e o pulgão, sempre estão relacionados a estress hídrico e desequilíbrio nutricional, com um bom manejo de irrigação e nutrição os risco são minimizados. Mas temos percevejos, lagartas e o Trips, em todos os casos o controle com insetos predadores e agentes de controle biológicos têm apresentado excelente e efetivo controle. |
Não há produtos para esta categoria.